A dificuldade em encarar o fim da vida, como parte da existência é o que faz do luto uma experiência tão assustadora. Desde a infância, o ser humano é treinado para não perder e, ao invés de se trabalharem também as perdas, porque fazem parte da vida (continuamente perdemos e ganhamos), incentivamos as crianças a ganhar e acumular ganhos.
Os pais protegem os filhos de frustrações e, perder é essencial para entender que nada na vida é permanente. Na infância perdemos jogos, objectos e até pessoas (normalmente os avós). Assim, a preparação para encarar a morte de forma menos traumática é possível e começa na infância.
As crianças podem ir aos funerais e devemos dar respostas honestas (sempre adequadas à idade), acerca da morte, em vez de respostas fantasiosas, como a de que a pessoa foi para o céu, viajou ou tornou-se estrela. No dia a dia é preciso falar das perdas como parte da vida. Ensinar as crianças sobre a finitude ajuda a objectivar a existência, reduzindo a angústia existencial.